PEC das Domésticas
Em 2015, o Brasil implementou mudanças significativas na legislação trabalhista para os empregados domésticos, através da chamada “PEC das Domésticas” (Emenda Constitucional nº 72/2013) e da Lei Complementar nº 150/2015. Aqui estão algumas das características principais, obrigações e direitos resultantes dessas mudanças:
1 – Jornada de trabalho: A jornada de trabalho foi limitada a 8 horas diárias e 44 horas semanais, com possibilidade de horas extras remuneradas. A PEC das Domésticas garantiu o direito ao pagamento de horas extras, adicionais noturnos e repouso semanal remunerado.
2 – Registro em carteira: A nova legislação exige o registro formal dos empregados domésticos em carteira de trabalho, garantindo assim seus direitos previdenciários e trabalhistas.
3 – FGTS e seguro-desemprego: Os empregadores passaram a ser obrigados a recolher o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e a pagar o seguro-desemprego em caso de dispensa sem justa causa.
4 – Férias remuneradas: Os empregados domésticos passaram a ter direito a férias remuneradas de 30 dias por ano, com acréscimo de um terço do salário normal.
5 – Licença-maternidade: Foi estendida a licença-maternidade para 120 dias, com garantia de estabilidade no emprego durante esse período.
6 – Segurança no trabalho: A nova legislação também garante direitos relacionados à segurança e saúde do trabalho, como a obrigatoriedade do fornecimento de equipamentos de proteção individual (EPIs) e o pagamento de adicional de insalubridade, quando aplicável.
Essas mudanças tiveram um impacto significativo no mercado de trabalho doméstico no Brasil. Muitos empregadores tiveram que se adaptar às novas regras, o que levou a um aumento nos custos trabalhistas. Alguns optaram por reduzir a jornada de trabalho de seus empregados para evitar o pagamento de horas extras, enquanto outros decidiram contratar serviços de empresas especializadas em empregados domésticos, que assumem a responsabilidade pelo cumprimento das obrigações trabalhistas.
No entanto, a implementação dessas mudanças também trouxe benefícios para os trabalhadores domésticos, garantindo-lhes direitos e proteção que antes não eram assegurados. Isso contribuiu para uma maior formalização do emprego doméstico e para a melhoria das condições de trabalho para milhões de pessoas no Brasil.
Quanto às perspectivas futuras, espera-se que o mercado de trabalho doméstico continue evoluindo, com um maior reconhecimento dos direitos dos trabalhadores e uma maior profissionalização do setor. No entanto, é importante que as autoridades continuem fiscalizando o cumprimento das leis trabalhistas e promovendo a conscientização sobre os direitos e deveres tanto dos empregadores quanto dos empregados domésticos.